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Unicamp - exercícios de interpretação de texto

Jaqueline Souza

No dia 19 de outubro, ococrreu a primeira fase do vestibular Unicamp 2025. Na prova de português, há algumas questões específicas vinculadas às leituras obrigatórias, mas há várias outras questões super interessantes que podemos usar as nossas aulas no Ensino Médio.


As questões de interpretação de texto são bem diversas e exploram vários gêneros textuais. Vale a pena conferir! A seguir, veja uma lista de exercícios de interpretação de texto prontinha para você usar nas suas aulas!


ATENÇÃO!! O Vestibular Unicamp traz apenas 4 alternativas! E o gabrito oficial será disponibilizado no dia 24 de outubro. Assim que for publicado, acrescentaremos um link aqui no post.


 

  1. Leia o trabalho da grafiteira e muralista Simone Siss, reconhecida por abordar temáticas femininas em sua obra (Texto 1). 


Texto 1 

 (SISS, S. O que tenho dentro de nós. Grafite em muro no centro de Campinas. 2024 (SISS, S. O que tenho Reprodução fotográfica.)

Esse trabalho da artista Simone Siss expressa


a) um ato de militância, sugerido pelo emprego de substantivos e adjetivos que fazem referência explícita à luta feminina, representada pela figura de uma mão que empunha uma lata de spray.

b) uma experiência intimista, evidenciada por pronomes e verbos em primeira pessoa, dentro de um plano imagético no qual uma mão feminina, por meio de uma lata de spray, expõe a condição de quem a segura.

c) um gesto identitário, marcado pela predominância de adjetivos e pronomes femininos em alusão à força da mulher, que é sinalizada por uma lata de spray integrada à mão que a aperta.

d) uma manifestação subjetiva, ilustrada pela ocorrência de substantivos e verbos no singular integrados a uma imagem na qual uma mão feminina textualiza seus sentimentos por meio de uma lata de spray.



Leia o texto a seguir:


Texto 2

Maria era uma boa moça

Pra turma lá do Gantois*

Era Maria vai com as outras

Maria de coser, Maria de casar

Porém o que ninguém sabia

É que tinha um particular

Além de coser, além de rezar

Também era Maria de pecar

(Fragmento da canção Maria vai com as outras, de Vinícius de Moraes e Toquinho, gravada em 1971.)

* Um dos principais terreiros de candomblé da cidade de Salvador. Pronuncia-se gantoá


  1. A partir da forma e do significado da expressão “maria vai com as outras”, podemos afirmar que


a) o texto 1 e o texto 2 a ressignificam, visando tanto subverter o senso comum sobre a condição feminina na sociedade quanto introduzir uma perspectiva a partir da qual a mulher seja vista como a responsável por suas escolhas.

b) o texto 1 preserva o sentido da expressão, no intuito de valorizar o lugar da mulher na produção artística, enquanto o texto 2 o altera para mostrar uma personagem em dissonância com as expectativas da sociedade.

c) enquanto o texto 1 altera a forma da expressão para lhe atribuir um valor positivo na associação com outras mulheres, o texto 2 explora o sentido original da mesma expressão e singulariza a personagem retratada.

d) o significado da expressão é preservado tanto no texto 1 quanto no texto 2, mas a sua forma é alterada para destacar a figura feminina como tendo uma personalidade própria, que não se deixa influenciar por outras mulheres.



Texto comum às questões 3 e 4:


*Legenda das falas do último quadrinho: “Quantos títulos eu tenho? / Quem foi meu avô?”

(Quadrinhos de Wesley Samp. Disponível em https://westrips.com.br/author/wesleysamp/. Acesso em 04/05/2024.)


  1. Na tira de Wesley Samp, a relação entre o verbal e o não verbal se dá por meio de uma


a) troca nas posições de autoridade a partir de mudanças na altura de uma das personagens.

b) alteração na dimensão física das personagens em função daquilo que é enunciado.

c) reafirmação das experiências sociais de poder em consonância com o tamanho daquele que fala.

d) inversão de proporcionalidade entre o conteúdo do que é afirmado e a estatura de quem o afirma.



Leia o texto a seguir:


Enquanto o povo da cidade se sentia muito importante, eu, por minha vez, me sentia necessário. Eles, porém, não me viam como alguém necessário, me viam como alguém útil. Para eles eu era um servidor, um serviçal. Eu era útil, mas poderia ser substituído porque não era necessário. Percebi que o povo da cidade tinha relações de utilidade e importância, mas não tinha relações de necessidade. Para nós, a pessoa que é importante não é quase nada. É aquela pessoa que se acha ótima, mas não serve. O termo que tem valor para nós é necessário. Há pessoas que são necessárias e há pessoas que são importantes. As pessoas que são importantes acham que as outras pessoas existem para servi-las. As pessoas necessárias são diferentes, são pessoas que fazem falta. Pessoas que precisam estar presentes, de quem se vai atrás.

(SANTOS, Antônio Bispo dos. A terra dá, a terra quer. São Paulo: UBU/Piseagrama, p. 24, 2023.)


  1. Considerando o ponto de vista apresentado no texto de Antônio Bispo dos Santos sobre os “tipos de pessoa”, a personagem que fala nos quadrinhos de Wesley Samp pode ser caracterizada como alguém que


a) se acha ótimo por ser importante.

b) não é importante, embora se considere ótimo.

c) é desnecessário, porque não tem importância.

d) se considera útil, apesar de ser importante.



  1. Leia o texto a seguir:


O “duplo sentido” a que o autor se refere está relacionado a uma


a) visão bem-humorada sobre as inovações do celular e é produzido pelas interpretações de “mais”, que expressa intensidade e adição ao mesmo tempo.

b) perspectiva crítica sobre os usos que vêm sendo feitos do celular e resulta dos significados de “ligar”, que pode indicar tanto uma ação quanto um juízo de valor.

c) postura irônica sobre os usuários do celular e deriva dos usos de “ninguém”, que indetermina o sujeito e o objeto no parágrafo em que ocorre.

d) visão pessimista sobre o futuro do celular e depende dos sentidos de “para”, que remete ao destinatário de uma mensagem e ao lugar em que se encontra.



Leia os versos da canção “Silêncio de um cipreste” – composição de Cartola e Carlos Cachaça.


Todo mundo tem o direito

De viver cantando.

O meu único defeito

É viver pensando

Em que não realizei

E é difícil realizar.

Se eu pudesse dar um jeito

Mudaria o meu pensar.

O pensamento é uma folha desprendida

Do galho de nossas vidas

Que o vento leva e conduz,

É uma luz vacilante e cega,

É o silêncio do cipreste

Escoltado pela cruz.


  1. Nesta canção, é possível afirmar que o eu-lírico


a) acredita que, assim como todas as pessoas, tem o direito de viver cantando, embora isso seja algo difícil de ser realizado. A principal imagem poética utilizada é a da alegria do canto, o qual é capaz de mudar a vida.

b) gostaria de mudar o seu pensamento, aproximando-o da realidade de sua vida, da qual ele se desprendeu. A principal imagem poética utilizada é a do sonho e do devaneio, dissociados da vida real.

c) gostaria de mudar o seu pensamento, porque este é marcado pela tristeza e melancolia. A principal imagem poética utilizada é a da morte, presente nas figuras do cipreste e da cruz.

d) acredita que pensar seja um defeito que ele gostaria de corrigir, mas não consegue. A principal imagem poética utilizada é a do vento, o qual carrega o eu-lírico independentemente de sua vontade.

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