"Divertida mente" e produção de relato pessoal
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"Divertida mente" e produção de relato pessoal

Atualizado: 28 de fev. de 2021

Eu gosto de começar o ano letivo fazendo duas avaliações diagnósticas: uma de interpretação de texto e gramática e outra de produção de texto. Acho que elas são importantes para que eu conheça as dificuldades e proficiências de cada aluno e já possa estabelecer, desde o início, quais alunos precisam de mais ajuda, um acompanhamento mais de perto e/ou reforço. A proposta que vou compartilhar com vocês neste texto é a avaliação diagnóstica de produção de texto.


Na minha escola, adotamos o livro didático "Araribá Plus Português", da Editora Moderna. Nele, a Unidade 1 trabalha com narrativa de memória ficcional. Na hora em que vi isso, já me lembrei do filme "Divertida mente"! Na leitura e produção de narrativa de memória, é essencial que os alunos aprendam a identificar a importância da descrição de sentimentos para a construção da narrativa e saibam interpretar essas descrições para acompanhar a evolução do protagonista e seus aprendizados. Por isso, o filme "Divertida mente" é perfeito para iniciar essa unidade, pois ele explica a importância dos sentimentos para a construção das nossas memórias e da nossa identidade, além de ressaltar que todo sentimento é importante e que mesmo aqueles considerados negativos têm um papel essencial no nosso amadurecimento e naquilo que nos tornamos.


Os alunos amam esse filme e ele é um bom estímulo para engajá-los na produção de texto. Também acho essencial trabalhar essa questão, porque os adolescentes têm muita dificuldade para falar dos próprios sentimentos - seja porque realmente não sabem como fazer isso, seja porque tem vergonha ou medo de se expor. E se eles não souberem descrever sentimentos, vão ter muita dificuldades na hora de produzir a narrativa de memória, então esta atividade é uma excelente preparação para as próximas aulas.


Eu trabalho esta atividade da seguinte forma:.

  • Primeiro assistimos ao filme. Isso pode ser feito em sala de aula ou os alunos podem assistir em casa - ele está disponível na Netflix. Mas, antes disso, eu apresento aos alunos as perguntas abaixo e peço para que eles pensem nessas perguntas ao longo do filme. Assim que a gente termina, eles devem responder às perguntas no caderno e são elas que guiarão nossa discussão.

1. Qual é o sentimento mais importante para nós, seres humanos?

2. É possível ser 100% feliz o tempo todo?

3. Qual é o papel da raiva nas nossas ações?

4. Qual é o papel dos sentimentos para construção da nossa memória?

5. Geralmente, acredita-se que a depressão é um estado de tristeza

profunda. Considerando o filme, isso é verdadeiro?

6. De que maneira podemos relacionar a personagem Joy (Alegria) com a

sociedade em que vivemos atualmente?

7. Qual sentimento foi crucial para marcar a "virada" da personagem

principal, Riley? Por quê?

8. No final do filme, as memórias de Riley são mistas. O que as "bolas de

memória" com mais de uma cor simbolizam na vida da personagem?


  • O segundo passo é discutir o filme com base nas perguntas e respostas dos alunos. O ponto principal dessa discussão é fazer com que os alunos entendam que todos sentimentos têm um papel importante na construção das nossas memórias e da nossa identidade, ou seja, de quem somos. Se você quiser se preparar melhor para a discussão, pode ler esse texto aqui sobre a parte teórica por trás da animação.


  • A parte final desta pequena sequência didática é a produção de texto: a escrita de um relato pessoal no qual os alunos devem narrar um acontecimento da vida deles em que um sentimento considerado negativo foi essencial para que eles superassem um problema, aprendessem algo e/ou amadurecessem. Neste link, vocês encontram tanto a proposta de produção de texto completa quanto a rubrica que uso para corrigir os textos.


Já é o segundo ano que faço essa atividade e o resultado é incrível. Os alunos se engajam bastante na escrita do texto e, ao lê-lo, eu também tenho a oportunidade de conhecer um pouco melhor cada um deles. No entanto, é bom estar preparada(o) para ler alguns relatos tristes, pois sempre aparecem histórias sobre a morte dos avós, separação dos pais e bullying. Na hora da correção, tento escrever um comentário que seja acolhedor e mostre empatia pelo momento que eles viveram.


Eu faço essa atividade no início do ano, mas acredito que ela possa ser realizada em qualquer momento do ano letivo. Ela é adequada para alunos do 7º ao 9º ano, não indico totalmente para o 6º ano, pois talvez eles tenham dificuldade para entender o filme - então, aqui cabe sua avaliação, se você acha que seus alunos dão conta do desafio, perfeito.


Espero que tenham gostado da proposta!

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