Você já ouviu frases como "é impossível aprender orações subordinadas" ou "orações subordinadas não servem para nada"?
Em geral, os alunos têm dificuldade de compreender o papel das orações subordinadas na língua portuguesa. Justamente com propósito de mostrar, na prática, como essas orações são essenciais, nós escolhemos como texto fonte uma redação Enem nota 1000.
Veja, a seguir, uma lista de exercícios para trabalhar orações subordinadas adverbiais a partir de uma redação Enem nota 1000.
Leitura e interpretação de dissertação argumentativa ENEM
A seguir, leia uma redação Enem nota 1000. Esse texto foi elaborado a partir do tema do Enem 2023, “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”.
1. Já na primeira leitura, destaque os elementos coesivos empregados para iniciar os períodos e os parágrafos. Nos próximos exercícios, você vai refletir sobre alguns desses elementos destacados.
“O livro “Quarto de Despejo: diário de uma favelada”, escrito por Carolina Maria de Jesus na década de 1950, narra as vivências da autora na favela do Canindé e suas dificuldades para obter sozinha o sustento de seus três filhos. De maneira análoga, cerca de setenta anos após a publicação do diário, a realidade enfrentada por Carolina permanece no Brasil contemporâneo, visto que o trabalho de cuidado realizado por mulheres, apesar de extremamente importante para a sociedade nacional, continua invisibilizado. Diante disso, cabe refletir acerca do legado histórico patriarcal e da intensificação das desigualdades para compreender os desafios que impedem a valorização do serviço feminino de assistência.
Nesse contexto, é válido considerar a existência de permanências históricas como o principal fator causador da invisibilidade do trabalho de cuidado exercido por mulheres. Isso ocorre, pois, desde os primórdios do Brasil Colônia, a população feminina tem recebido o status de sexo frágil e, por supostamente não possuírem aptidões para o sustento, tornaram-se encarregadas apenas das tarefas domésticas. Sob essa ótica, é nítido que, duzentos anos depois da superação da condição de colônia, as raízes patriarcais continuam sendo refletidas nas relações modernas brasileiras, uma vez que as mulheres permanecem responsáveis por serviços não remunerados associados à maternidade e à existência de idosos da família, o que resulta na manutenção de estereótipos de gênero e na redução do tempo disponível para a inserção feminina no mercado de trabalho, posto que os trabalhos assistencialistas são - geralmente - exercidos de forma integral. Assim, torna-se evidente que o legado histórico desvaloriza o papel da mulher no cuidado familiar, além de corroborar seu estado de vulnerabilidade devido à falta de remuneração e à dependência financeira de seus maridos.
Ademais, é relevante considerar a ampliação de disparidades sociais como uma consequência direta da problemática do cuidado invisibilizado. De acordo com o escritor brasileiro Ariano Suassuna, o Brasil é uma nação dividida em dois fragmentos: o país dos privilegiados e o país dos despossuídos, sendo a estrutura nacional criada para suprir apenas as necessidades dos primeiros. A partir disso, percebe-se que, em famílias cuja renda não é suficiente para contratar profissionais especializados na assistência de diversos setores sociais, tal tarefa recai sobre as mulheres que compõe o âmbito familiar, o que os condiciona a permanecer na miséria por impossibilitar seu acesso a meios de mudança de vida, como a educação e o emprego remunerado. Logo, é notório que a desvalorização do trabalho de cuidado reforça o pensamento de Suassuna, intensificando a marginalização feminina e a separação dos privilegiados e dos despossuídos.
Portanto, tornam-se claros os desafios enfrentados pela invisibilidade dos serviços de cuidado e a necessidade de combatê-los. Dessa maneira, é imperativo que o Governo Federal atue na criação de subsídios destinados a mulheres que exercem o trabalho assistencialista em tempo integral. Isso deve ocorrer por meio de alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias - redirecionando verbas de forma igualitária para famílias vulneráveis em todo o país -, a fim de ir reduzindo as disparidades sociais e, consequentemente, superar o legado histórico patriarcal que atingiu Carolina Maria de Jesus e outros expoentes da população feminina brasileira.”
Texto escrito por Maria Laura Santin Klein. Disponível em: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2024/01/16/unica-candidata-de-sc-a-tirar-nota-mil-na-redacao-do-enem-estudava-ate-10-horas-por-dia.ghtml
Releia o último parágrafo do texto para responder às perguntas de a seguir:
' Portanto, tornam-se claros os desafios enfrentados pela invisibilidade dos serviços de cuidado e a necessidade de combatê-los. Dessa maneira, é imperativo que o Governo Federal atue na criação de subsídios destinados a mulheres que exercem o trabalho assistencialista em tempo integral. Isso deve ocorrer por meio de alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias - redirecionando verbas de forma igualitária para famílias vulneráveis em todo o país -, a fim de ir reduzindo as disparidades sociais e, consequentemente, superar o legado histórico patriarcal que atingiu Carolina Maria de Jesus e outros expoentes da população feminina brasileira”
2. Explique o sentido de “portanto”.
3. Sem alterar o sentido, reescreva o trecho iniciado com outro elemento coesivo.
4. Considerando a estrutura do texto dissertativo argumentativo, justifique o emprego do “portanto”.
5. Identifique os 5 elementos da proposta de intervenção:
Agente:
Ação:
Modo/Meio:
Efeito/propósito:
Detalhamento:
6. Classifique a oração destacada.
7. Há uma relação entre o “a fim de” e um dos elementos da proposta de intervenção. Explique.
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Aqui compartilhamos só um trecho da lista de exercícios que elaboramos para o Clube Littera. A lista completa, com perguntas totalmente alinhadas à BNCC e com gabarito, foi compartilhada apenas com os membros do Clube no mês de setembro.
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